Capítulo II – Escórpio Malfoy
“Poção Mágica do Amor,
Feitiços ao luar,
Mil segredos feitos pra te encantar!
Te marquei quando te vi
E não esqueci
Não tente escapar, agora vou ganhar
O rádio estava ligado a último volume na sala de estar dos Potter, e, Alvo Severo estava acordando ao som de “Mil segredos”, da cantora Marisa Warbeck, neta da outrora popular Celestina Warbeck.
Alvo ainda estava enrolado em seu acolchoado, pois dormira tarde na noite anterior. “Provavelmente o velho Monstro está fazendo sua faxina na casa”, pensou Alvo, se levantando preguiçosamente. Monstro adorava ouvir a R.R.B. enquanto limpava a casa.
Alvo levantou-se, trocou de roupa e desceu as escadas da casa, rumo à sala de estar. Lá estava o velho elfo, encerando o chão cansadamente. Monstro era realmente muito idoso. Já estivera em St. Mungus mais de dez vezes por problemas de saúde, e ainda assim não aceitava os pedidos insistentes de Harry para que ele se aposentasse. “Uma vergonha, meu senhor! Isso sim. O dia em que eu abandonar meus serviços, será o dia em que a morte me consumir”, explicava ele freqüentemente.
- Oh, bom dia senhor Alvo. O senhor deseja algo? Receio que esteja com fome. – Monstro prostrou-se, de prontidão, ao ver o garoto descendo as escadas.
- Bom dia Monstro, e sim, eu quero comer algo, mas pode deixar que eu pego alguma coisa na cozinha, muito obrigado.
Ao adentrar a cozinha, Alvo reparou que não estava sozinho. Molly Weasley, sua avó estava conversando com a neta Lily. Molly atualmente estava morando em Hogwarts, pois desde que seu marido se tornara professor na escola, ela teve que se mudar para lá também, onde ajudava o guardião Hagrid com suas plantações de abóboras e desempenhava sua função de Supervisora de Cozinha, coordenando os elfos cozinheiros.
Alvo olhava para uma Molly envelhecida, que conservava seu rosto bondoso e seu chamego pela família. Lily estava sentada, ouvindo a avó contar uma história de “seus tempos de juventude”. Não parecia tão animada como Molly, mas sim que queria se livrar de tudo aquilo. Molly exibia um olhar sonhador, até perceber que não estavam sozinhas.
- Ah Al, como você demorou para descer! Como você está, docinho? Preparado para irmos?
- Estou bem vovó... Não entendi, estaria preparado para o que, exatamente?
- Para irmos ao Beco Diagonal, é claro! Tenho certeza de que seus pais o avisaram que eu os levaria. Lily vai com a gente, pois o Monstro vai ter que sair. Temos que comprar seus materiais para Hogwarts! Não acredito que você esqueceu, Al.
- Ah, sim, me lembro. – Alvo se esquecera momentaneamente deste aviso, já que não queria pensar muito em sua entrada na escola.
- Então podemos ir? Eu compro algo para você comer lá no beco, ok? Estamos atrasados, e o beco vai estar cheio hoje... Vamos de Flu, tome um pouquinho.
Molly Weasley deu um punhado do pó de Flu ao garoto, que se dirigiu à lareira, logo após a irmã sumir de dentro das chamas verde-esmeralda que a engoliram. Já viajara muitas outras vezes por Flu, e o maior erro que ocorreu foi quando ia para a casa do seu tio Gui, e acabou sendo transportado para a casa de um casal de velhos trouxas, que não entenderam nada.
Logo após a avó ir chamar o irmão Tiago, Alvo entrou na lareira apagada, jogou o pó e pronunciou com muito cuidado: “Beco Diagonal”.
Um mar de chamas verdejantes o engoliu, e a sensação foi de um grande puxão na região ventral. Rodopiava entre milhares de lareiras, até...
Alvo caiu com estrondo na lareira suja e encardida do Caldeirão Furado. Haviam algumas senhoras sentadas, tomando profundos goles de um líquido borbulhante e de um vermelho forte, e Anna Longbottom atendia aos pedidos no balcão. Seu marido, Neville Longbottom, lia o exemplar da manhã do Profeta Diário.
- Olha quem está aqui! Alvo! Tudo bem com você garoto? Como vai? Se eu estiver certo em meus cálculos, você irá para Hogwarts esse ano, não é mesmo? Alice também vai... Tomara que caiam na mesma casa...
- Olhem só, é o Alvo, querido? – a Sra. Longbottom estava servindo uma senhora tresloucada, com um óculos muito excêntrico quando reparou no garoto - Olá, você toma algo Al?
Os Longbottom eram amigos de longa data dos Potter. Sempre apareciam para jantar no casarão. Eles moravam no Caldeirão Furado, desde que o compraram do velho Tom, que morrera semanas após a venda. A filha do casal, Alice, era uma garota baixinha e tímida, com muitas trancinhas no cabelo louro escuro.
- Olá Neville! Ou melhor, olá professor, já que vou para Hogwarts mesmo... E a Alice, como vai? Alô Anna! Não, muito obrigado, não vou tomar nada, tenho que ir comprar meus materiais.
- Ah garoto, não precisa me chamar de professor ainda, tudo bem. Alice ta lendo uns livros, lá no nosso quarto. Quer ir lá?
- Ah não posso, temos de ir ao Beco comprar os materiais... – dito isto, a avó, Molly surgiu na lareira, com o irmão.
- Vamos querido! Olá Longbottom, como vão os negócios? – Molly indagou a Neville;
- Bom dia Molly! Vão bem... aliás, melhor do que nunca - e olhou sorridente para a esposa.
Então a avó e os três netos seguiram para o Beco Diagonal, passando pela passagem nos fundos do bar. O Beco Diagonal não mudara muito, desde a época de estudante do pai de Alvo. Poucas lojas haviam mudado, e maioria permanecia com os mesmo donos.
Molly e os netos foram primeiramente para a Floreios e Borrões, onde Alvo leu pela primeira vez sua lista de livros para o primeiro ano.
Livro padrão de feitiços (1ª série), de Miranda Goshawk
História dos bruxos notáveis, de Rita Skeeter
Guia de transfiguração para iniciantes de Emerico Switch
Mil ervas e fungos mágicos, de Fílida Spore
Guia de beberagens européias, de Gérard Drapport
Animais fantásticos & onde habitam, de Newton Scamander
Autoproteção para iniciantes, de Blásio Zabini.
Compraram os livros e pergaminhos, e então foram à Madame Malkin´s, comprar as vestes. Comeram numa lanchonete, e depois tomaram grandes sorvetes de amora com chocolate.
O sol quente havia se escondido sob as nuvens, e já passava do meio-dia quando Alvo foi com a avó, o irmão e a irmã menor para a Olivaras, comprar sua varinha. A loja era estreita e feiosa, e havia um velho sentado frente a um balcão, lendo um exemplar do Profeta Diário. Quando entraram, um sininho tocou, e, fez o Sr. Olivaras despertar de sua leitura e se sobressaltar ao ver quem chegara. Alvo ficou surpreso, pois sequer conhecia o velho.
- Alvo Severo Potter! Eu esperava ver o senhor em breve na minha loja, só não pensei que fosse tão breve... Parece que foi ontem que vendi a varinha de seu pai. Azevinho, 28 centímetros, pena de fênix. Fênix essa que fora fiel até o fim ao mestre que possuiu o seu nome outrora. Ah, mas que varinha maravilhosa! Previ desde o início, que faria grandes feitos para a bruxidade, e assim aconteceu. A arte do artesanato de varinhas é fascinante, você não tem idéia do quanto, meu jovem. É lastimável que poucos tendem a estudar a mais nobre arte artesanal de toda a bruxaria. – suas rugas estavam mais aparentes do que nunca, o Sr. Olivaras estava realmente muito velho. – Bom, então acho que está ansioso para tentar sua varinha... Aguarde um minuto, só irei fazer algumas medições, então estará tudo bem.
Dito isto, o Sr. Olivaras retirou do bolso uma fita métrica prateada, que começou a medir de cima a baixo o garoto, até o Sr. Olivaras mandá-la parar. Logo após, foi até o fim de um longo corredor, subiu uma escadinha e retirou três caixinhas. Voltou, e entregou a Alvo uma varinha muito branca e fina. “Tente, vamos”, disse ele, e Alvo fez um floreio breve com a varinha, que não fez exatamente nada.
- Ah, que pena, esta já tem mais de cento e trinta anos, nunca funciona com ninguém. Tente esta outra – e retirou mais uma varinha da embalagem, esta um pouco mais grossa, com uma bonita e delicada inclinação na haste. Sua madeira era de um charmoso marrom-avermelhado. – Alvo experimentou-a, e mais uma vez, ela foi retirada de sua mão, sem efeito aparente. – Eu realmente botava fé nesta, mas logo que não o escolheu, então vamos à próxima, Sr Potter.
Então, o Sr. Olivaras abriu a última caixinha, de onde foi retirada a última varinha das que ele trouxera a frente. Era de um vinho muito escuro, quase preto. Muito bonita, pensou Alvo, e com alguns adornos rúnicos muito pequenos talhados na madeira. “Azinheira, 27 cm, nem tão maleável e nem tão rígida, porém muito leve. Boa contra azarações poderosas.”
Alvo pegou a varinha com a mão direita, receoso. Desejava a varinha, sentia que podia ser poderoso com ela. Sentia que com ela, poderia ser para seu pai, o que sempre almejou. Grandes feitos também o aguardariam, e ele teria o pleno poder às suas mãos. Movimentou levemente a varinha para os lados. Ela cortava o ar, produzindo fagulhas e faíscas brilhantes, que jorravam para todos os lados e dançavam na feiosa loja de varinhas. Um sorriso inundou o rosto de Alvo Severo. A varinha o escolhera.
- Querido, que bom que você não demorou muito, agora vamos embora, vamos. - Molly Weasley chamava Alvo, que estava admirando a varinha, realizado de ter recebido a que queria - Lembro-me de quando comprei a minha... Tive de testar mais de vinte outras antes.
Vinte minutos depois, eles estavam indo felizes visitar o tio Jorge, em sua loja de logros. Pararam somente para cumprimentar a Sra. Fortescue, dona da sorveteria que outrora pertenceu a Florean Fortescue, um homem muito sábio, que fora levado por comensais da morte a muitos anos atrás. Seu corpo foi encontrado semanas após o desaparecimento, em meio a um bando de mortalhas-vivas, próximo a um cemitério de Londres.
- Boa tarde mamãe! E vocês, hein pestinhas, como vocês vão? – Jorge recebia os sobrinhos alegremente.
- Olá Tio Jorge! Onde está o Freddy?Tio, eu posso levar alguma gemialidade para Hogwarts? – Tiago sempre ficava eufórico na loja de logros e brincadeiras do tio.
Freddy, era o filho de Jorge com Angelina Johnson, a mais nova integrante da escalação para o Holyhead Harpies. Jorge comandou a “Gemialidades Weasley” por uns anos ao lado de Ron, que preenchia a falta que o gêmeo fazia. Mesmo assim, havia uma tapeçaria na loja com uma homenagem escrita a Fred. Dizia “Nada é genial sem você, Fred”.
Naquele momento, Lily observava alguns potes com bichinhos purpurinados que explodiriam quando fossem tocados, e Tiago se juntava a Freddy, que estava brincando com o que parecia um jogo de xadrez com peças de dragões. Freddy lembrava muito o pai, mas herdou da mãe o gosto pela posição de artilheiro no quadribol. O garoto estudava na mesma casa e no mesmo ano que Tiago em Hogwarts, e ambos faziam parte do time da casa. E ambos também eram conhecidos entre os colegas por suas marotagens.
Molly conversava com o filho sobre os negócios na loja, e Alvo foi ver se achava algo que o encantasse tanto quanto encantava o irmão maior. Haviam todos os tipos de jogos que Alvo pudesse imaginar na altas prateleiras coloridas. A loja era grande e famosa, possuía muitos funcionários, inclusive a própria Angelina, que em tempo integral ajudava no balcão.
Quando passava por alguns kits de jogos de bexigas, Alvo viu algo que chamou sua atenção. Havia um garoto lourinho, no canto da loja, admirando um bonequinho que arranjava briga com todas as pessoas que mexiam nele. Alvo se aproximou do garoto, que vestia as vestes de primeiranista em Hogwarts. Alvo não conhecia ninguém além da prima e da amiga Alice que iria estudar em Hogwarts na mesma turma, então essa poderia ser uma chance para uma boa amizade.
- Olá! Você vai para Hogwarts, pelo que parece... Também vou, quem sabe podemos cair na mesma casa? Posso lhe perguntar seu nome? – Alvo disse ao garoto de uma vez só.
- Oi. Meu nome é Escórpio. Escórpio Malfoy, prazer! Que bom que você também vai para Hogwarts, não conheço muita gente que vai. E aí, está ansioso? – o garoto tinha uma voz arrastada, mas parecia bem animado em conhecer alguém.
- Bom, estou ansioso sim. O maior dilema é a seleção das casas. Tomara que eu tenha sorte nesta etapa.
- Ah sim, eu já sei qual casa desejo ir, você me parece decidido também. Tomara que sejamos colegas de casa. Gostei de conhecer você. Afinal, em qual casa mesmo você deseja cair? – Malfoy fitava Alvo com muita atenção.
- ESCÓRPIO HYPERION MALFOY! – um grito viera de fora da loja, e um homem batia na vitrine.
- Oh não! Desculpe, é meu pai, nos falamos em Hogwarts, tchau. – o garoto saiu pela porta da frente. Seu pai era muito parecido com ele, e ralhava com o garoto. Parecia muito nervoso ao passar pela loja de logros, e mais nervoso ainda ao saber que seu filho estava dentro dela.
- Vamos querido, estava te procurando, vamos embora. Já é tarde, temos de voltar pra casa. – Molly encontrou Alvo, que via o garoto que conhecera sumir em meio a todas as pessoas que transitavam na movimentada rua.
Em casa, Alvo passou o resto do dia em seu quarto arrumando os materiais para a escola, e lendo trechos dos livros escolares. Não sabia porque, mas o garoto que conhecera no Beco Diagonal lembrava algo a Alvo, e seu pai também... Quem seriam os Malfoy?
Alvo Severo e o Segredo da Víbora (Capítulo 2)
25 de mar. de 2008 | Postado por Lucas Izumi às 01:05
Marcadores: Aventura, Daniel, Harry Potter
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