Alvo Severo e o Segredo da Víbora (Capítulo 8)

Capítulo VIII – Anastácia Scamander

Após Alvo ter sido selecionado para a Sonserina, nada mais importava para ele, que só percebeu que a prima foi selecionada para a Grifinória depois da garota já estar sentada ao lado de seu irmão.

Alvo sentou-se entre Lysa e Escórpio, e começou a prestar mais atenção no restante dos alunos a serem selecionados. Faltavam mais dois, depois de sua prima. Um era um garoto de óculos, gordinho, que fora para a Lufa-lufa, e o outro um garoto alto e magro, com a pele escura e muito atrapalhado. Foi selecionado para a Grifinória, e ao fim das palmas da mesa oposta à de Alvo, Minerva McGonagall levantou-se e pediu silêncio. Todos a obedeceram, pois era difícil se contrapor à severidade imposta em seu semblante.

- Queridos veteranos e calouros, antes do nosso tão aguardado banquete, devemos nos atentar para as regras que deverão seguir durante o ano no Castelo. – e Minerva direcionou então seu olhar para alguns alunos da Grifinória, e Alvo pôde jurar que viu uma risadinha escondida nos lábios do primo Freddy, que nem olhava nos olhos da rude diretora.

- Aviso a todos que é terminantemente proibido entrar na Floresta Proibida sem a permissão de um professor, e que todos devem estar em suas Salas Comunais a partir das oito horas da noite. Os corredores são monitorados, e todos os desobedientes serão punidos devidamente. Os alunos devem obediência aos monitores, quaisquer que sejam suas casas, e qualquer problema será notificado para a direção. Os times de quadribol, liderados por seus respectivos capitães abrirão testes para as posições vagas nas equipes, e os interessados devem comunicar aos capitães ou diretor da Casa.

- A Casa Grifinória é liderada pelo professor Longbottom, e seu time de quadribol é liderado por Emily Spinnet. A Lufa-lufa é liderada pelo professor Teddy Lupin, e a capitã do time é Victoire Weasley. A Corvinal é liderada pelo professor Fílio Flitwick, e seu time de quadribol por Rogério Davies Jr. E, por fim, a Sonserina é liderada pelo professor e vice-diretor de Hogwarts Horácio Slughorn, enquanto o time de quadribol é liderado por Genevieve Parkinson.

- Tudo que vocês fizerem na escola rende pontos para a sua casa, e tudo que fizerem de errado, desconta pontos também. No fim do ano letivo, vocês terão a premiação da Taça das Casas. A casa que obtiver mais pontos ganha a Taça. E, claro, indico a todos que invistam no quadribol, já que os pontos obtidos nos jogos ajudam muito no prêmio maior. É proibido lançar feitiços nos corredores e colocar a gata do Senhor Filch dentro das armaduras da escola. – algumas pessoas riram nesta parte - Todas as aulas, com exceção de Trato das Criaturas Mágicas são dadas nas respectivas salas dentro do Castelo ou nas estufas ao lado. Não é recomendada a aproximação do aluno do nosso Salgueiro Lutador, pois ele ataca. Qualquer problema com o nosso poltergeist procurem pelo senhor Filch. E agora acho que já chega de recomendações, podemos enfim celebrar mais um ano letivo. Que seja servido o banquete!

As cinco grandes mesas no Salão fartaram-se de alimentos, que surgiram do nada, e Alvo pôde servir das deliciosas comidas que apareciam e sempre eram renovadas. O garoto ao lado de Escórpio comia muito rapidamente, e sua boca nunca estava vazia. Então, quando Alvo ia levantando seu garfo para abocanhar um suculento pedaço de batata ao molho, uma cabeça irrompeu de sua cabeça, assustando o garoto.

- Alô legítimos sonserinos! Dignos de astúcia para alcançarem seus objetivos! Sonserinos, que pensam alto e salvam Hogwarts da ralé que impregna o castelo. – Era um fantasma, e por sinal muito arrogante para os que não fossem de sua casa. Mais três fantasmas sobrevoavam as outras mesas, mas este era o que mais impressionava Alvo. Seu rosto era magro e encaveirado. Estava todo salpicado de sangue prateado, e seus olhos eram esbugalhados. Correntes pendiam de sua capa esfiapada, e ele as arrastava para onde quer que fosse.

- Minha mãe me falou de você! – disse a garota que tinha um andar muito excêntrico, a qual Alvo nem reparara que estava sentada à sua frente. – seus olhos eram sonhadores, e agora Alvo percebia que uma rolha de cerveja amanteigada servia de pingente para um fino colar em seu pescoço.

- Quem é sua mãe, garota? – falou o fantasma virando interessado.

- Minha mãe diz que o senhor já a ajudou muito nos tempos de escola. Havia um poltergeist, e o senhor não o deixava incomodá-la. Minha mãe se chama Luna Lovegood, o senhor se lembra? - a garota agora brincava com o copo de suco de abóbora ao lado de seu prato.

O fantasma ficou estático, e então saiu sobrevoando sem dar resposta alguma à estranha menina. Ela continuou a fitá-lo, com seu olhar sonhador.

- Olá – disse ela virando seu olhos tão rapidamente que assustou Alvo e Escórpio – Meu nome é Anastácia, podem me chamar de Ana... Acho que seremos colegas.

- Alô – disse Escórpio receando apertar a mão estendida da garota.

- Oi – disseram Lysa e Alvo ao mesmo tempo. – a garota não olhava para eles, mantinha seu olhar em Escórpio. Não era nada discreta. O garoto corpulento ao lado de Malfoy se virou para o grupo e perguntou:

- Ei! Vocês são puro-sangue?

- Porque você quer saber disto? – perguntou Alvo na mesma hora.

- Err... por que... – o garoto parecia não saber o que responder.

- Bom, meus pais são bruxos sim, mas não veria problema algum se não fossem. – respondeu Alvo.

- Meus pais são bruxos também – disse Escórpio.

- Sou sangue-puro também – respondeu Anastácia que ainda mantinha seu olhar em Escórpio.

- E você? – perguntou o garoto mais uma vez, agora à garota mais distante.

- Er... eu prefiro não falar de meus pais, okay? – respondeu Lysandra nervosa. O garoto então desvirou o rosto para a comida, desconfiado.

O banquete estava muito farto, e Alvo estava com fome, então ao fim da noite estavam todos satisfeitíssimos, e logo os pratos decorados em ouro sumiram da mesa, e os monitores começaram a chamar pelos alunos.

- Primeiro ano aqui, por favor! Sonserinos do primeiro ano agrupem-se aqui, vou acompanhá-los até a nossa Sala Comunal. – Uma garota morena e alta, com uma franja que escondia metade de seu rosto reunia todos os alunos do primeiro ano. Alvo se adiantou e foi logo para perto da garota, seguido por Lysa e Escórpio. - Bom pessoal, a localização da nossa sala Comunal é bem simples, sigam-me.

A garota saiu do salão, com os sonserinos. Logo atrás, Alvo pôde ver uma garota alta e de cabelos compridos conduzindo os corvinos para fora também.

- Aqui estamos no Saguão de Entrada do Castelo. Alguns de vocês podem pensar que iremos subir as escadas de mármore, mas não, na verdade nós iremos descer. – e levou os garotos até uma porta do lado oposto à que levava ao Salão que acabaram de sair. – Aqui é a entrada para as masmorras de Hogwarts, é lá que passarão a maior parte do tempo. – E desceram uma escada de pedra um tanto irregular. – Estes são os corredores das masmorras, é só seguirmos este aqui – a monitora foi conduzindo os alunos por um corredor. Havia muitas entradas para corredores ali, e a primeira impressão de Alvo foi que havia um labirinto lá embaixo. A garota levava-os por um caminho que descia cada vez mais baixo, nos subterrâneos da escola. Então, simplesmente parou num trecho onde a parede era lisa e úmida. A garota pronunciou em som alto a senha “Arpéu desembestado”, e a parede deslizou, revelando uma porta oculta. Antes de abrir, ela recomendou:

- E não se esqueçam por nada no mundo da senha: “Arpéu desembestado”! Qualquer problema procurem por monitores ou alunos DE SUA CASA – a garota explicava pacientemente, ao escancarar a porta e entrar na sala.

A Sala Comunal da Sonserina era um aposento comprido e subterrâneo, com paredes de pedra rústica, de cujo teto pendiam correntes com luzes redondas e esverdeadas. Um fogo ardia na lareira encimada por um console de madeira esculpida e ao seu redor viam-se várias cadeiras de espaldar alto.

Alvo achou a sala muito interessante. O teto com as correntes era muito alto, mas algumas delas desciam até muito baixo com os globos de luz verde ou prateada. Os tamanhos variavam bastante. As paredes eram disformes, e dava um ar cavernoso na Sala, trazendo uma temperatura mais baixa. Alvo foi logo se sentar em uma das suntuosas cadeiras de espaldar alto, juntamente com os outros. Sentou-se em frente à lareira. Lysa e Escórpio acomodaram-se ao seu lado.

- Hogwarts é incrível, não? – Escórpio começou.

- É – concordaram Lysa e Alvo na mesma hora. Anastácia agachara-se próxima ao fogo da lareira, e olhava para ela, absorta em pensamentos.

- Quer chamar ela? Ela me parece tão sozinha... Acho que não conhece ninguém por aqui. – falou Lysa, olhando para Scamander. Escórpio se levantou e aproximou-se da garota, então tocou os ombros dela com a mão, lentamente. A garota virou-se surpresa.

- O que você quer, Malfoy? – falou com pouca delicadeza.

- Calma, queria chamá-la para se unir a nós três. – e olhou para os amigos – Você vem?

- Claro – disse ela um pouco aliviada. Parecia não gostar tanto da idéia de ter o louro como amigo, mas logo se aproximou dos outros, puxando uma cadeira para si.

- E aí, vocês já têm os horários? – falou ela se sentando em sua cadeira.

- Não - responderam os três em uníssono.

- Eu tenho! Dêem uma olhada. – ela ofereceu um pedaço de pergaminho a Alvo.

Primeiro ano – Sonserina
Segunda-Feira
Herbologia – Grifinória
Herbologia – Grifinória
Transfiguração - Corvinal
Poções – Corvinal


- Por mil pomorins! A nossa primeira aula já é com a grifinória. E pior, teremos aula de herbologia com o diretor deles... – disse Escórpio ao terminar de ler. – Estou ansioso para ter poções, era a matéria preferida do meu pai.

- Eu também vou gostar de poções, me disseram que as aulas são dadas aqui nas masmorras – disse Lysa ao ler o pergaminho.

- Eu vou gostar de ter aulas com o professor Longbottom. Ele é legal, o conheço faz tempo, meus pais são amigos dele de longa data. – disse Alvo – mas estou realmente muito ansioso para ter aulas com o Teddy!

- Acho melhor chamá-lo de professor Lupin, não é mesmo? – disse Escórpio.

- É verdade... É que não estou acostumado de ver ele como professor... Vai ser bom eu me adaptar...

- Ei! Vocês viram aquele zelador? – começou Anastácia, introduzindo-se na conversa - Só faltou ele avançar em mim quando comentei que ele deveria fazer um feitiço para limpar os pêlos do gato.

- Dizem que ele arrastava alunos pelos pés em correntes quando tinha permissão – disse Lysa.

- Bom gente, se vocês não se incomodam, eu vou dormir – falou Escórpio ao bocejar alto.

- Também vou, temos de conhecer os dormitórios ainda! – falou Alvo acompanhando o louro.

- Vamos também, Lysa? – convidou Anastácia, quando começaram a chegar na sala um bando de alunos barulhentos cantando o hino da Sonserina. Um monitor bradava nervoso para eles pararem, mas eles não obedeciam.

Antes da bagunça na Sala comunal aumentar, os quatro foram até a extremidade, onde havia uma escadinha em caracol. O corrimão era uma comprida cobra de pedra, muito bela, com olhos de esmeraldas incrustados na ponta.

Ao subir a escada, Alvo reparou que só havia dois dormitórios. Um masculino e um feminino. O garoto entrou no primeiro, onde encontrou um quarto muito amplo, iluminado por pequenas gárgulas de pedra que soltavam fogo pela boca , penduradas na parede.

Havia mais de trinta camas, cada qual com um baú de madeira à frente. Mesinhas com gavetas ocupavam o espaço que separava uma cama da outra. Todas as camas estavam forradas com acolchoados verdejantes, e estavam muito aconchegantes. Alvo foi logo para a sua cama, onde todas as suas coisas estavam muito bem arrumadas no baú. Deitou-se e logo adormeceu ao som abafado do hino da sonserina gritado no andar abaixo. Logo as gárgulas pararam de soltar fogo e o dormitório ficou escuro. Alvo agora era um sonserino, e estava feliz por isso.

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