Alvo Severo e o Segredo da Víbora (Capítulo 5)

Capítulo V – A garotinha que sumiu

- Alvo, acorde querido. Você está melhor? – Gina massageava os ombros de Alvo suavemente. O garoto abriu os olhos repentinamente.

- Lysandra! Mãe? Onde está a Lysandra, mãe? Mamãe, onde eu estou, e cadê a garota? – Alvo agora ouvia gritos.

- Acalme-se Al, você está em casa. Você passou por algo terrível, mas agora está bem protegido. E quem é Lysandra? – sua mãe explicava. Os gritos vinham da sala, havia gente brigando.

- A garota! A garota que estava comigo. Ela foi pega! Ela foi pega por dementadores, mãe. – Alvo não estava calmo, não podia acreditar no que poderia ter acontecido.

- Querido, você foi covardemente encurralado por um dementador, próximo à Toca, mas estava sozinho. Não havia ninguém. – Sua mãe tentava acalmá-lo.

- Como não? Oh, não mãe, ela deve ter sido levada. Vocês têm que achá-la! – Alvo estava se levantando. Sua mãe o segurava. Os gritos agora eram audíveis demais, e atrapalhavam a conversa.

- Como assim Ministro!? Um dementador aparece na vila onde moro e ataca meu filho e você não vai tomar providências? – Seu pai gritava enfurecido com o Ministro da Magia em pessoa, na sala de estar de sua casa.

- Acalme-se Harry! Já lhe falei que o que podemos fazer foi feito! Vamos investigar de onde o dementador saiu, e garanto que vamos descobrir. Mas não há nada mais que podemos fazer. – o ministro também elevava sua voz, garantindo que Harry não pudesse se sobrepuser.

- É verdade Harry, não podemos fazer mais nada, o dementador foi embora, não temos o que fazer. Você quer sair caçando dementadores na rua ou o que? – A voz de Hermione pôde ser ouvida desta vez. Ela estava calma, e tranqüilizava Harry também. – Ministro, se me permite, acho que deveria colocar o Esquadrão de Controle de Criaturas Mágicas do ministério na procura pelo dementador.

- Bem pensado Weasley, é isto que vou fazer. Posso usar uma coruja sua, Potter?

- Claro. Monstro, vá chamar a coruja.

A conversa agora estava mais tranqüila, mas pelo que Alvo podia ouvir, Harry não parava de andar para lá e para cá, fazendo o piso ranger.

- Você quer descer, Al? Não quer mais um chocolate antes? – a mãe oferecia uma barra para o garoto.

- Não pode ser! Havia uma garota com os dementadores. Eles devem ter levado-a. – Alvo estava preocupado.

- Vamos descer querido, venha comer alguma coisa. – os dois desceram juntos as escadas. Todos olhavam para Alvo Severo.

- Boa noite Alvo. – o Ministro ofereceu sua mão para o garoto. Alvo não estendeu a sua.

- Quero saber o que aconteceu com Lysandra.

- O que? De quem está falando, Alvo?

- Alvo acordou falando em uma garota chamada Lysandra, que estava com ele durante o ataque – a mãe explicou para o Ministro.

- Eu quero saber o que aconteceu! Eu e Lysandra estávamos sendo atacados pelos dementadores, então eu acabei desmaiando.

- Alvo tudo que aconteceu foi que você estava sendo atacado por um dementador, então, ouvimos um grito e seu avô disse para irmos na direção das cercas, pois você estava procurando algo para lá. – Rony explicava – Então eu e o seu pai te encontramos com o dementador. Nós executamos os patronos e ele fugiu.

- ERAM DOIS DEMENTADORES! – Alvo estava incontrolável agora. Sua vontade era de azarar a todos na sala.

- Calma Al, você deve ter tido lembranças ruins, isso deixa a pessoa abalada. – sua tia Hermione o acalmava.

- Você estava com sua varinha Al? – sua mãe lhe perguntou em tom investigativo.

- Claro.

- Podemos vê-la, garoto? – Quim estendeu sua mão para a varinha. Com um movimento rápido, Alvo pegou-a com sua mão. Sua mão tremeu ligeiramente ao tocá-la.

- Não! Não tem nada com a minha varinha.

- Alvo, só queremos examinar, é rápido. - Quim insistiu.

- Não. – repetiu o garoto, receoso.

- Tudo bem então. Pode se acalmar Al, estamos querendo te ajudar. Acreditamos em você.

- E Lysandra? – Alvo não largou a varinha, sua mão suava. Imagens de algo muito quente, vermelho passavam em sua cabeça.

- Nós iremos investigar quem é Lysandra. Iremos aos registros de famílias bruxas tradicionais, se preciso. Você sabe seu sobrenome?

- Lestrange. – respondeu Alvo ligeiramente.

Seu pai deu um arrepio breve ao ouvir o sobrenome da garota.

- O que? Você estava em companhia de alguém com sobrenome Lestrange? Como assim? Quem é essa garota, Quim? – o Ministro pareceu confuso.

- Não temos idéia. Não tenho conhecimento de um Lestrange vivo ou que não esteja preso em Azkaban.

- Eu vi Colin matar Rodolfo Lestrange! Na guerra, anos atrás! – Gina se pronunciara.

- O que? Colin matou o marido de Belatriz? Eu não sabia disso, Gina.

- Logo após Colin ter matado-o, apareceu o irmão dele. E... e... – Gina olhava para todos, procurando apoio pela explicação. – E utilizou a Maldição da Morte.

- Rabastan Lestrange está preso , em Azkaban. E eu asseguro que dentro de sua cela não teria chances de ter um filho.

- Mas quem mais poderia ser seu pai? – Hermione quebrou o silêncio após alguns segundos sem ninguém opinar.

- Não há registros de mais ninguém com sobrenome Lestrange que exista.

- O senhor não está dizendo que estou mentindo? – Alvo despertou ódio súbito por Quim. Queria lavar sua boca, fazê-lo parar de fazer parecer que o garoto era idiota.

- Alvo, já disse, você estava sendo atacado por criaturas malignas. Criaturas que fazem a pessoa delirar. Criaturas tão temíveis quanto você nunca imaginaria.

- EU SEI O QUE É UM DEMENTADOR! – Sua mão agarrou a varinha com firmeza, mas não saiu da altura do bolso.

- Gina, acho melhor levar Alvo para o quarto. – Harry olhava espantado para o filho. Alvo retribuiu o olhar com rebeldia. Até seu pai iria discordar? Seu pai estava concordando com o Ministro, e nunca acreditaria nele...

- Lily, leve seu irmão para fora. – Gina procurou a filha, e encontrou-a rapidamente, agachada no canto da sala, olhando a discussão.

- Venha Al, vamos. – Quando a mão de sua irmã tocou seu braço, ele cedeu e a acompanhou para fora de casa.

Alvo sentou-se com a irmã no lado de fora da casa. Seu irmão estava jogando uma goles para a Srta. Jordan mais adiante. Alguns garotos olhavam aplaudindo os arremessos espetaculares e cheios de charme que seu irmão fazia. Veneravam Tiago. Alvo, ali, no canto nem era percebido por ninguém. Se sua irmã não tivesse conversando com ele, nem reparariam sua existência. “Um bando de garotos otários e bobos”, pensava Alvo enojado. Ainda segurava a varinha em sua mão, embora com mais suavidade.

- Olha, é o seu irmão, Ti! Chama ele pra defender umas goleadas.

- Vem Alvo, vem jogar! Só não vale deixar a goles tacar na sua testa, ta! – e riu imensamente da própria piada. Lily desprezou-o totalmente. Os garotos e a Srta. Jordan seguiram o riso de Tiago em coro. Todos olhavam para Alvo.

Alvo não se mexeu. Continuou exatamente onde estava. Sua varinha deu um solavanco na mão, e então foi conduzido por Lily para longe dali. Os olhos de Tiago estavam vermelhos.

Não queria ver Lily consolando-o e falando o quanto o irmão era chato. Não queria que a irmã pensasse que era um inútil, um covarde como Tiago dissera em sua mente horas atrás.

Sentou-se e brandiu a varinha. Não para utilizá-la, mas sim admirá-la. Seus riscos eram graciosos, e o ângulo que as runas desenhavam na haste eram realmente interessantes. A madeira escura era leve, “nem tão maleável e nem tão rígida” como o Sr. Olivaras explicara. Porém, agora, Alvo pensava em sua mente: todas as varinhas que conhecera antes possuíam um cerne. Um cerne Mágico. O Sr Olivaras lhe esquecera de falar o cerne... Não que houvesse problemas nisso, pois o dono da loja era muito velho, então poderia ter simplesmente esquecido o detalhe. Mas isso o intrigava.

Naquela noite, Alvo só foi dormir após ter permanecido quase uma hora lustrando a varinha. Polia ela diversas vezes. Era tão linda. Tão leve. Era preciosa demais, e Alvo tinha certeza que grandes feitos seriam produzidos ainda. Dormiu pensando que faltava menos de uma semana para a entrada na escola, e ele teria de ser selecionado... Estava realmente curioso para saber em que casa cairia...

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