Capítulo X – Rita Skeeter
No dia seguinte, Alvo estava sendo acordado mais uma vez por Escórpio, porém desta vez não estavam atrasados. Os garotos teriam aula de vôo,e deveriam passar no armário de vassouras para pegarem as que iriam utilizar. Os alunos do primeiro ano utilizavam as vassouras velhas da escola.
- Estou muito ansioso para voar, Al. – dizia o louro ao descerem para a Sala comunal. – Meu pai jogava quadribol como apanhador, sabia?
- Meu pai também! – disse Alvo alegre – Mas ele era da Grifinória. Ele foi o apanhador mais jovem a jogar em pelo menos cem anos, sabia?
- Nossa! Ele realmente devia ser bom. Sua família toda deve ser boa em quadribol. Seu irmão, de acordo com o que você me diz é maluco pelos Cannons, sua mãe já jogou pelo Harpies... Só falta você entrar para o time da sonserina.
Anastácia conversava alegremente com Lysa, as duas já estavam prontas para a aula de vôo e cada uma tinha uma vassoura sob o braço.
- Olá garotos. Vocês acordam tarde! Vamos buscar nossas vassouras, dá tempo de comermos alguma coisa de café da manhã ainda. – Anastácia disse aos dois.
- Vamos – confirmaram Escórpio e Alvo. Lysa e Ana se levantaram e eles deixaram a Sala comunal, seguiram o longo e frio corredor e subiram as escadinhas, dando de cara com a luz intensa do sol no Saguão de entrada.
O armário de vassouras velhas ficava logo ao lado da passagem para as masmorras. Escórpio escolheu uma toda empoeirada, e Alvo ficou com uma de cerdas dobradas. O grupo foi para o Salão, e lá comeram torradas amanteigadas e tomaram suco de abóbora.
No meio da refeição, uma revoada muito numerosa de corujas invadiu o Salão, e Alvo reconheceu a coruja velha de seu pai (um espécime branco-acinzentado particularmente grande) trazendo dois envelopes no bico. A coruja voou até a mesa da Grifinória e largou um dos envelopes no colo de seu irmão, que praticava um feitiço num copo na mesa. Seus amigos conversavam alegremente com ele. A coruja então veio na direção de Alvo e largou o outro envelope em frente a Alvo e foi embora por um dos grandes vitrais nas paredes altas, fazendo Alvo se lembrar do estranho céu que pairava no Salão.
- Vocês não estranham este céu aqui no salão? Quer dizer, era pra haver um teto, não?
- E há. Isto é um teto Al. É encantado para parecer o céu lá fora. Você não acha que estamos ao ar livre, né? – Anastácia explicou ao garoto confuso.
- Hum, não sabia. – disse, e começou a rasgar o envelope – É dos meus pais.
– Eu também recebi carta dos meus pais! – disse Anastácia pegando um envelope que acabara de cair em seu prato de torradas.
- Olhem, e eu recebi um pacote de doces! Meu pai disse que iria enviar doces para mim toda semana! – disse Malfoy recebendo um pacote cúbico.
- Meus pais querem saber em que casa eu caí, e o que estou achando, e se fiz amigos, e blábláblá. Vou responder hoje mais tarde. Você me empresta sua coruja Escórpio?
- Claro Al, pode usá-la. – Malfoy respondeu. Tinha seu olhar direcionado para Lysa, que não recebera nada de seus pais. Ela comia suas torradas de modo melancólico, ouvindo os amigos comentarem felizes a respeito de seus pais.
- Então, vamos para a aula de vôo? – disse entre os dentes ao saborear a última torrada.
A aula de vôo ocorria num gramado a céu aberto, ao lado do castelo. A área era bem ampla e nivelada. A professora, Cátia Bell era alta e sorridente. Tinha o cabelo escuro amarrado num rabo-de-cavalo, e conversava com alguns alunos.
- Hoje, vamos treinar equilíbrio em vassoura – começou a professora animada - Gostaria que todos vocês pegassem suas vassouras com a mão que usam para escrever e montassem nelas. A mão que usam pra escrever fica mais para frente, e a outra situada um pouco atrás. – a professora andava entre os alunos corrigindo as posições de cada um. – Isto Srta Scamander, muito bem. Potter, segure mais acima, e com mais leveza.
Alvo segurava a vassoura no local errado, e não conseguia entender porque a posição da mão podia atrapalhar no vôo. A professora teve de parar a explicação diversas vezes para corrigi-lo: “Não, Potter, é com a direita, já falei!”
Ao final da aula, a maioria dos alunos conseguia flutuar alguns poucos centímetros. Alguns acabavam desequilibrando-se e caindo no chão, mas nenhum fora tão mal quanto Alvo, que sequer passara de cinco centímetros de altura.
- Gostaria tanto de saber voar bem como meu pai, minha mãe e meu irmão! Até minha irmã mais nova voa melhor do que eu... Nunca vou jogar quadribol...
- Calma Al, é só a primeira aula. – Lysa tentava convencê-lo de que não era tão ruim assim.
- Você diz isso porque conseguiu levantar vôo e ainda dar uma volta na turma. – o máximo que eu fiz foi cair no meio de todo mundo.
- Eu também não consegui muito Al, não precisa se desesperar, estamos só começando... – Escórpio entrou na discussão.
Meia hora depois, estavam indo para a aula de Defesa contra as Artes das Trevas. Alvo vira o professor da matéria na mesa dos professores, mas não tinha idéia de quem era. Quando entraram na sala de aula, logo procuraram um lugar para sentarem. Os melhores lugares já haviam sido ocupados pela turma da lufa-lufa que já estava toda na sala.
A professora estava lendo um artigo do Profeta Diário, enquanto os alunos chegavam e se sentavam. Ao fechar a porta, ela começou a escrever na lousa.
Defesa contra as Artes das Trevas
Professora Susana Bones (Ordem de Merlin, Terceira Classe).
- Bom, iremos hoje dar início à nossa primeira aula de Defesa contra as Artes das Trevas. Para quem não me conhece eu sou Susana Bones, mais conhecida pelos meus trabalhos como treinadora para aurores. Gostaria que vocês abrissem seus exemplares do livro de nossa matéria na página quatro, onde vamos introduzir o Estudo da Autoproteção. – a professora tinha uma voz rouca, e havia cicatrizes finas na altura do pescoço.
Alvo, juntamente com os colegas da sala, abriu o livro do senhor Zabini na página quatro. Muitas imagens ilustravam a página, a maioria de bruxos: alguns com capas brilhantes, outros produzindo feitiços que produziam globos em volta de sim mesmo, e alguns tomavam poções que os deixavam de cores diferentes. No pé da página havia o início do texto da aula.
Estudo da autoproteção
A autoproteção é o conjunto de técnicas usadas para se pré-defender de todas as variações das Artes das Trevas. Ao longo do tempo, bruxos mal intencionados desenvolveram as mais maquiavélicas Artes Negras de tortura, envenenamento, azaração, maldições e pragas. Há também as criaturas mágicas, às quais vocês aprenderão a se defender e até a controlar.
O texto continuava na próxima página, mas Alvo ainda não a virou. Escórpio estava cutucando seu braço na cadeira de trás.
- O que foi – perguntou o garoto se virando para trás.
- Dá uma olhada na página cinqüenta e um, Al. Tem algo quer vai chamar sua atenção! – murmurou Escórpio. Anastácia sorria de Escórpio para o outro garoto. Ela, que sentava ao lado de Escórpio, já estava vendo a página. Lysa, que estava ao lado de Alvo olhava para os colegas confusa.
- O que foi, pessoal? – perguntou ela, estranhando o murmurinho.
- Ana e Escórpio tão dizendo pra gente ver algo na página cinqüenta e um. – murmurou Alvo em resposta.
Os dois folhearam o livro até chegar à página que queriam. Alvo deu uma rápida olhada, então sorriu para Lysa. A garota correspondeu. A página era preenchida do topo ao pé com imagens de bruxos e bruxas se transfigurando em animais. Uma se transformava em um leão dourado, outro em peixe-palhaço, dentro de um lago; havia mais um que conseguia uma transformação completa em elefante. As imagens se mexiam alegremente na folha de papel. A professora , que até agora continuava a falar em vários bruxos que usavam diversos métodos para se protegerem, parou abruptamente.
- Cinco pontos eu estou retirando da Casa Sonserina, pois eu deixei bem claro que estamos estudando a página QUATRO e CINCO – a professora deu um susto em Alvo e seus colegas, que retornaram imediatamente à primeira página da matéria. Vários alunos da Lufa-lufa olharam para os sonserinos com sorrisinhos de satisfação no rosto.
- Droga! Já estamos perdendo pontos tão cedo! – resmungava Lysa ao saírem da sala de aula e se dirigirem um andar acima para a aula de História da Magia.
A aula de História da Magia era em uma sala muito iluminada, com um arquivo de pergaminhos antigos no fundo. A professora estava sentada em sua escrivaninha riscando um pergaminho velho. Havia recortes de jornal e papéis envelhecidos (alguns até queimados) colados nas paredes por todo o lado. Uma coruja toda malhada de preto repousava num toco de madeira à mesa.
- Estão todos aqui, queridinhos? – perguntou a professora, olhando por cima dos óculos para a turma. Ainda escrevia no velho pergaminho. Rita Skeeter era uma senhora alta, e seus óculos grossos contrastavam com seus cabelos loiros muito bem penteados em cachos caprichosos. Suas roupas eram de um verde-ácido muito chamativo, e ela prendia a atenção dos alunos só por estar ali.- Podemos começar, então!
Rita pegou um giz e começou a escrever na lousa. Ao mesmo tempo em que escrevia, a professora falava sobre a aula.
- Gostaria que soubessem que vamos nos aprofundar em cada bruxo que passar pelas páginas de nosso livro de estudos. Vamos estudar a fundo quem é ou foi realmente cada pessoa notável em nossa história. Vocês vão vibrar com as histórias emocionantes de cada bruxo que ouvirão dentro dessa sala. E vibrar mais ainda quando tomarem conhecimento da verdadeira história que se esconde atrás de uma imagem ilusória de cada um. Farei com que vocês leiam as entrelinhas de cada história, e avaliem se um bruxo foi de fato um herói ou uma mera farsa. Inclusive, já deixo com vocês a dica do meu mais novo lançamento literário: “Snape: Santo ou Canalha?”. Alguém tem alguma dúvida quanto à matéria? Não? Então comecemos...
A aula todinha foi sobre alguns heróis gregos e romanos bruxos, e seus feitos pela magia. Alvo viajava nas histórias de Andros, o Invencível e Falco Aesalon, até perceber que depois do que lhe pareceu muitas horas de questões do tipo “Será mesmo que foi tão simples para Belerofonte derrotar a quimera sanguinária?” a aula acabou-se, e Rita liberou a sala, não antes de passar como dever de casa uma lista com vinte questões a serem questionadas pelos alunos sobre a veracidade de histórias muito antigas.
- Inteligente, a Skeeter, vocês não acham? Quer dizer, ela pensa nas coisas. Ela realmente vai fundo em cada relato que estuda. – Escórpio estava muito animado com o que presenciara na aula. Agora os três desciam as escadas movediças para o almoço. Pelo jeito fora o único sonserino que deu atenção a cada palavra da professora.
- Achei a professora Skeeter patética. – comentou Anastácia infeliz com a aula, e ao mesmo tempo indignada que alguém tenha gostado. – Ela distorce as histórias. Sei muito bem a história de Belerofonte, pois me dei ao luxo de ler sobre o assunto. Ela quer escandalizar Belerofonte, que na minha opinião foi um bruxo incrível.
- Também não gosto dela – Alvo disse – Ela já escreveu sobre meu pai. Meu pai nem leu o que havia no conteúdo, mas disse que era puro lixo. Minha tia Hermione leu, e disse para nós antes de virmos para Hogwarts que não era para darmos ouvidos às suas histórias.
- Eu li sobre seu pai, Alvo. Não que precisasse, pois minha mãe fala muito de vocês Potter. – Lysa juntou-se à discussão - Mas achei melhor procurar uma fonte que não fosse tão subjetiva quanto a minha mãe. De acordo com o livro de Skeeter, seu pai foi um especialista em emocionar as pessoas com histórias melosas. Seu pai chorava em sua infância, ao reviver os fantasmas de seu passado.
- Não acredite em sequer uma frase de Skeeter, ela tenta deixar tudo escandaloso. – insistia Ana.
O grupo passou a tarde criando respostas criativas para as questões de Skeeter, sentados logo abaixo de uma faia muito velha nos terrenos. De vez em quando Alvo vislumbrava visões de seu irmão, com muitos amigos, imitando a Skeeter em sua aula. Mais tarde, acabaram todos a se reunir nas bordas do lago para verem as imitações de Tiago. O garoto gritava imitando o andar da professora. “Você não acredita realmente que a história de seu pai seja uma lenda, não é pequeno Tiago?”.
Então, um pouco mais tarde, o irmão de Alvo acabou se juntando a Freddy, e os dois foram rir de um garotinho que não conseguia pronunciar um feitiço de modo correto. Ele tentava diversas vezes fazer com que uma pedra mudasse de cor magicamente, fazendo floreios com sua varinha, mas o máximo que conseguiu foi explodi-la em vários pedacinhos. O garoto tentava ignorar Tiago e Freddy, que caçoavam abertamente dos fracassos sucessivos, até que desistiu de ficar servindo para divertir a dupla e foi correndo desapontado para dentro do castelo. Alvo pôde reparar que o garoto era do mesmo ano que Tiago, pois seus livros escolares eram iguais. Sem o garoto para servir de palhaço, Tiago foi fazer uma lição junto com o primo, próximo à casa do meio-gigante Hagrid.
Alvo teve um dia alegre junto aos amigos até a amiga Lysa ser chamada pelo zelador para uma conversinha particular com a diretora. A garota foi com Filch, e só voltou depois das dez da noite, quando o trio a esperava na Sala comunal. Anastácia estava cochilando em frente à lareira, quando a porta-parede se abriu e o rosto fino de Lysandra apareceu dentro da sala.
- Vocês me esperaram? – disse chateada. - Desculpem-me, mas tenho que ir dormir um pouco, tenho que repousar após o interrogatório. – e subiu as escadas, entrando no dormitório feminino sem dar nenhuma explicação do que ocorrera.
Anastácia acordou confusa, com a ajuda dos amigos, e foi para o dormitório, cambaleando de sono. Alvo subiu desapontado com Escórpio para o dormitório masculino.
- Acho que a Lysa nos deve algumas explicações, não é mesmo Al? – perguntou o loiro no silencioso dormitório – Ela anda estranha...
- A Lysa é estranha, Corp – disse Alvo se deitando na cama cansado.
- Mas que ela tem de nos dar algumas informações, ela tem. – insistiu Malfoy antes de deitar.
- Amanhã, Corp, amanhã.
Alvo Severo e o Segredo da Víbora (Capítulo 10)
25 de mar. de 2008 | Postado por Lucas Izumi às 01:14
Marcadores: Aventura, Daniel, Harry Potter
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O site pode apresentar problemas de visualização em navegadores
Internet Explorer 5 e 6. Melhor visualizado em Internet Explorer 7 e Mozilla Firerox.
Internet Explorer 5 e 6. Melhor visualizado em Internet Explorer 7 e Mozilla Firerox.
0 comentários:
Postar um comentário