Alvo Severo e o Segredo da Víbora (Capítulo 13)

Capítulo XIII – Beijos e abraços

Não tardou muito a chegar o mês de novembro, com a temperatura mais amena na escola, e Alvo Severo e seus amigos estavam evoluindo muito em seus estudos. Geralmente Ana ajudava os colegas nas matérias História da Magia e astronomia, pois os outros não tinham paciência com a professora Skeeter e menos ainda com a maluca professora Henrietta Leavitt.

Escórpio Malfoy era fabuloso em poções, e o professor Slughorn tinha um crescente interesse no garoto. Ninguém superava Alvo em suas transformações, e o professor Lupin colaborava muito bem com isso. Ajudava Alvo dando instruções nos finais das aulas, e antes de acabar o primeiro trimestre Alvo já sabia metade dos feitiços de transformação que constavam em seu livro.

Ao cair de uma fria tarde de novembro, Anastácia ajudava a turma primeiranista da sonserina com um dever complicado sobre os videntes Mopsus e Calchas, que tiveram uma disputa de predições na Grécia Antiga. A professora pedira para o próximo dia uma redação sobre o acontecimento, de meio metro de pergaminho.

- O que devemos saber, é que Calchas se matou por ser uma farsa e nunca ter previsto nada. É assim que a Skeeter quer que nós pensemos, pessoal – explicava Ana animada por reter os dez alunos atentos. – Se quiserem, eu passo a minha redação a vocês e vocês copiam alguns trechos, mas tem que ter cuidado, porque a Rita não perdoa.

- Professora Skeeter, Ana – ralhou Malfoy.

- Bom, que seja... – respondeu Ana rindo-se da admiração que Corp tinha por Skeeter – Então, Tyrand, você tem que escrever mais, sua redação está pequena.

Uma garota com rosto atarracado pedia ajuda a Ana. Não era muito gentil, e tratava a todos com selvageria. Tinha uma aparência meio selvagem e seu rosto metia medo. Seu nome era Tyrand Bulstrode, e ela só andava com sua amiga, Belvina.

Belvina uma vez foi flagrada com uns objetos muito suspeitos e pagou detenção com a professora Bones. Havia mais um garoto, que falava com Belvina e com uma menina que sempre andava com um monte de revistas de quadribol.

A turma da Corvinal era a que menos conversava com as das outras casas. Podiam ser encontrados na biblioteca freqüentemente, e sempre estavam fazendo suas tarefas. Alvo conhecia poucos alunos da casa. Falava com Hesper, uma descendente oriental muito bonita, que uma vez o ajudara com um complicado mapa estelar que a professora Leavitt dera para os alunos analisar.

Da lufa-lufa, Alvo conhecia a filha do professor Longbottom, Alice; a garota Sprout, que logo se apegou aos sonserinos, apesar de todos os amigos a estranharem por isso, e uma garota simpática chamada Melania MacMillan, muito amiga de Alice e Artemísia. Em geral, nas aulas de herbologia de segunda-feira, o grupo de Al se juntava ao trio de Alice e conversavam muito.

Os sonserinos mantinham mais distância dos grifinórios, e eram freqüentes as brigas entre os alunos destas casas. Rose, Colin e Patrícia não conversaram mais com Alvo depois do incidente na aula de feitiços. Evitavam passar perto do garoto, por influência de Rose, e Alvo não entendia o porquê.

Uma vez, um garoto chamado Vincent Goyle foi para a ala hospitalar numa briga feia que teve com Tiago por causa da última partida de quadribol. Tiago, o artilheiro da grifinória, fora derrubado da vassoura por Goyle, o batedor sonserino. Tiago só não se machucou feio no chão porque Freddy o salvara em tempo, perdendo a chance de marcar pontos. Após o término da partida, Tiago foi tirar satisfações e acabou fraturando o braço do inimigo e quebrando o próprio pulso.

Entrementes, Alvo não melhorava muito nas aulas de vôo em vassoura, enquanto Ana e a Víbora tiravam resultados admiráveis. Corp também não tinha muita facilidade, apesar de gostar bastante de quadribol.

Uma vez, numa aula de poções, Escórpio foi o único aluno que conseguiu terminar com êxito a poção tônica para ratos. Ganhara vinte e cinco pontos para sua casa e um convite para ir participar de um clube, levando Alvo junto.

Desde a data em que Alvo Severo conheceu o famoso Clube do professor Slughorn, teve de comparecer sempre ao lado de Escórpio para mais uma comemoração. Os dois amigos convenceram Ana a ir junto numa ocasião, por insistência do chato professor Slug (como preferia ser chamado). Lysa era exclusa das reuniões, e o professor sequer se aproximava da garota nas aulas. Era a única aluna que mesmo tendo resultados bons em sua matéria, não era comentada pelo professor.





O grupo estava reunido animadamente no saguão de entrada, juntamente com Artemísia, Alice e Melania, no dia em que os alunos tomariam o Expresso de Hogwarts para voltar para suas casas, a fim de passarem o Natal com suas famílias. Lysa estava muito quieta, e olhava saudosa para a escadaria do castelo.

O plano de passarem a temporada com os Malfoy havia fracassado, pois uma semana atrás, Harry mandara uma carta a Alvo e seu irmão dizendo que iriam passar o Natal com um primo dele. Anastácia fora a única a ganhar permissão para passar o Natal com os Malfoy.

Sorrisos de alegria varriam os rostos ansiosos de todos os alunos, mas entre eles, um olhar cabisbaixo se erguia abaixo do imponente castelo. Todos conversavam animados contando como seriam seus Natais. Alguns cheios de aventuras, outros iriam caçar bandinhos, e outros iriam conhecer o Occami, na Índia.

Todas as histórias eram muito descontraídas, e todos estavam bem empolgados. Porém, em meio a tanta alegria, uma Víbora, sentada em um banco, pensava melancolicamente no seu Natal.

Provavelmente iria passar o Natal com sua mãe, o pai, e os amigos destes. Iria ficar trancada em seu quarto, deitada sob uma cama muito desconfortável, ouvindo as brigas de seus pais e um monte de pessoas malévolas comentando suas torturas e maldades que cometiam. Se pudesse ao menos estar na casa dos Malfoy, que sua mãe tanto odiava, poderia ter a companhia de Corp e Ana. Os últimos três meses constituíam a época mais feliz de sua vida, e não queria deixar o castelo, mas, ao ser questionada pela diretora se desejava permanecer no castelo durante o natal, optou na mesma hora por ir para a casa. Porque será que Lysa iria para a casa, já que seu Natal iria ser o pior possível? Seus pais a obrigariam... Seus pais não deveriam permitir uma coisa dessas...

- Vamos, suas pestes bagunceiras, vamos para fora, sigam-me, vou levá-los ao Expresso. – ouvia-se a voz pestilenta de Argo Filch de longe, com a gata sobre os calcanhares.

Alvo e seus amigos foram atrás do mar de alunos que enchia os terrenos da escola. Alvo teve uma visão muito peculiar na volta. Podia jurar que viu um centauro (daqueles das histórias de seus pais e tios) à beira do lago conversando com uma criatura esverdeada e feiosa. Mas quando pediu para Ana olhar, os dois não estavam mais lá.

- Que estranho Al, não faço a mínima idéia do que pode ser... Minha mãe me disse que no tempo dela tinha um centauro professor em Hogwarts, mas não sei... nunca vi nenhum por aqui. – respondeu Anastácia muito confusa à pergunta do amigo.

Os alunos chegaram à estação e partiram para um dia muito atribulado. Alvo e sua turma não foram para uma das cabines, pois reuniram alguns alunos para uma rodinha muito divertida, onde todos discutiam sorridentes como foi o trimestre na escola. Era composta em maioria por primeiranistas, e Alvo ficou feliz por ver que sua prima se juntara a eles. Colin e Patil também estavam lá, e bem animados.

Quando chegaram no assunto aulas da professora Skeeter, todos contaram como tiveram de encher de besteiras e invenções cada um de seus trabalhos escolares e como Skeeter mudava as histórias que seus pais contavam. O clube do Slug também rendeu assunto. Muitos alunos puxavam saco do professor para conseguirem entrar, mas logo se arrependiam.

Lysa conseguiu exibir um breve sorrisinho quando eles comentaram o medo que o professor de poções sentia da garota, apesar de alguns alunos ficarem sérios nesta parte.

À noite, quando chegaram em King´s Cross, Harry e Gina aguardavam Alvo e seu irmão, muito ansiosos para escutar como foi a escola. Tiago saiu correndo na frente de Alvo e deu um abraço no pai. Rony e Hermione estavam por perto. Conversavam animadamente com Gina e uma mulher loira e alta, com um colar tão esquisito quanto o que Ana usava. Alvo se aproximou, muito sorridente.

- Pai, eu caí na sonserina! Você leu as minhas cartas!? – Harry estava muito alegre.

- Eu falei Al, a sonserina não é ruim. – O pai abraçou o filho muito forte.

- Ruim!? Não, papai. De jeito algum! A sonserina é maravilhosa! – Alvo estava muito feliz em rever os pais. Nunca passara tanto tempo longe. Sua irmãzinha estava com Hugo Weasley, e acenava freneticamente para os irmãos.

Quando Alvo foi perceber, Anastácia, sua amiga estava perto dos Potter, com a tal mulher alta e loira. Era sua mãe, a tal da Sra. Luna Scamander. Havia um velho amalucado com Luna, que parecia ser avô de Ana. A lourinha sorriu para Al, deu um abraço e um beijo de despedida na mãe e no avô e saiu correndo para um excitado Escórpio que não parava de gritar do outro lado da estação.

- Venha Ana, meu pai ta esperando lá fora! Tchau Al, feliz Natal! – os dois saíram correndo, após Ana desejar um feliz Natal para Alvo junto com Escórpio, e deixaram a estação.

A garota morena, dos olhos negros e luzidios ficou lá, sentada num banquinho, olhando Ana e Corp sumirem por trás de uma escadinha. Quando Rose chegou, abraçou os pais; e os Potter e os Weasley deixaram a estação. Lysa ficou sozinha, aguardando alguém.

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